quinta-feira, 18 de outubro de 2007

História dos Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) - Por Magda & Ruis





Quando falamos de Sistemas de Apoio à Decisão (SAD), está implicita a idéia de tecnologia, mais concretamente, do surgimento dos computadores.
Não podemos dissociar que, com o surgir dos computadores, surgiram também modelos lógico matemáticos para programar estas complexas máquinas.
Ou seja, a evolução do computador tem tanto de tecnologia como de investigação computacional e de teoria programação. Assim, em 1952, Dantzig começou a sua pesquisa matemática, que a levou a implementar a programação linear.
Foi no início dos anos 60 que os investigadores começaram estudar a utilização de modelos quantitativos computorizados para o apoio à decisão.

A História dos SAD

Conforme se pode confirmar pelo artigo publicado pelo Mestrando Rui Norte no seu Blog, os modelos e tecnologias caminharam lado a lado, até que, em 1964, surgiu o sistema SIG, por intermédio da IBM.
Este Sistema de Informação de Gestão, fornecia aos gestores relatórios periódicos e estruturados sobre dados contabilísticos e processos de transacções. Não havia a possibilidade de interacção entre o sistema e o gestor, para apoiar a tomada de decisão.

A evolução dos sistemas de apoio à decisão depressa se libertou desta estruturação rigida e caminhou no sentido não estruturação dos SAD.

Após o aparecimento dos Sistemas de Gestão de Base de Dados Relacionais (SGBDR), nos anos 80, surgiram os primeiros EIS. Os Executive Information Systems (EIS) eram essencialmente interfaces com informação predefinida de apoio à decisão, que os gestores tipicamente queriam ver posta num formato visual intuitivo.

No início dos anos 90 surgem as primeiras soluções de Data Warehousing e OLAP, como resposta às limitações dos EIS, permitindo aos SAD, uma faceta de interacção entre o utilizador e o sistema, que até então não era possível.
Através deste método de consulta e análise, os utilizadores podem proceder autonomamente nas suas consultas e relatórios.

Conceitos de SAD

O Conceito de SAD foi sofrendo várias interpretações ao longo da evolução tecnológica das ferramentas computacionais de suporte à decisão.
Como podemos confirmar no artigo publicado pela Mestranda Magda Vasconcelos, nos anos 70 os SAD eram considerados sistemas computacionais, que usavam bases de dados e modelos, para auxiliar o processo de decisão.
No início dos anos 80, o conceito de interactividade impôs-se, e disciplinas como a investigação operacional e a psicologia cognitiva passaram a fazer parte da área dos SAD.
A abordagem conceptual dos SAD foi alvo da análise de vários autores e, consequentemente, as definições foram também evoluindo até aos tempos actuais.
Das várias definições, consideramos a seguinte como uma das mais completas e actuais.

“Os SAD são sistemas interactivos, baseados em computadores, que têm como objectivo principal ajudar os decisores a utilizar dados e modelos para identificar e resolver problemas, assim como a tomar decisões.”

Lugar aos pequenos

Como se pode verificar no artigo publicado pelo Mestrando Rui Santos, paralelamente à abordagem dos SAD efectuada até aqui, baseada em grandes e complexos sistemas de informação, a evolução dos computadores pessoais possibilitou que pequenas aplicações se tornassem de tal modo úteis e famosas, que seriam elas próprias a contribuir directamente para o sucesso astronómico do mercado dos PCs.

Estamos a falar dos SAD mais utilizados em todo o mundo, as folhas de cálculo, mais concretamente o Microsoft Excel.

A grande diferença entre as folhas de cálculo e os grandes sistemas de apoio à decisão, reside na versatilidade e facilidade de utilização da primeira, uma aplicação quase universal e de conhecimento generalizado, face a sistemas pesados, muitas das vezes com interfaces de utilização pouco intuitivos e com poucas possibilidades no manuseamento e controlo dos dados por parte do utilizador final.

As principais características do Excel residem nos seguintes aspectos:

1) Cálculo Automático
2) Armazenamento de Dados
3) Possibilidades gráficas on-line

Mais recentemente, foram introduzidas novas e poderosas funcionalidades a esta ferramenta, como a inclusão da linguagem VBA, que permite criar/customizar procedimentos automáticos, e também das Pivot Tables, o que possibilita uma analise comparativa entra as várias dimensões existentes no universo de dados em análise.

Conclusão

Os SAD apresentam uma série de benefícios para o processo de tomada de decisão, como alargar a possibilidade do decisor para processar mais informação e conhecimento, bem como contornar problemas grandes, complexos e demorados, para além de reduzir o tempo de resposta da tomada de decisão.
No entanto, estes sistemas também possuem algumas limitações, entre outras o facto de não terem sido concebidos para conter talentos humanos, tais como criatividade, imaginação ou intuição.

Deste modo, os SAD tornam o processo de decisão mais eficaz, contudo, não podem superar ou prever as acções de um fraco decisor. O utilizador é que deve controlar todo o processo, devendo assim possuir conhecimento avançado de utilizar um SAD, que SAD usar, e o mais importante, qual o grau de dependência em relação aos outputs e à informação obtida.



Por Magda & Ruis

5 comentários:

Pedro disse...

Gostei bastante deste post! Muito claro, deu gosto de o ler de principio ao fim!
Posts estruturados desta forma dá gosto ler, sente-se que é orginal (com base tb em artigos encontrados ou ate de os livros indicados pela professora que tenho a certeza que devem estar a ler) e isso é que atrai as pessoas voltarem aqui e lerem!
Obrigado.

RFA Santos disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Ana Sofia Marques disse...

Agora que já fiz o TPC, estou em condições de apreciar devidamente o trabalho do vosso grupo. Concordo com o Pedro e felicito-vos pela forma como se "descolaram" do Marakas e do Powers, que (inevitavelmente) foram referências comuns nas pesquisas para este trabalho. Continuem com o bom trabalho!

Unknown disse...

Achei muito interessante seu post, bem explicativo, parabéns.
Gostaria de uma opinião de vocês.
Um SAD deve oferecer a melhor alternativa, ou as melhores alternativas? Isso não seria a tarefa para sistemas de otimização??

Um abraço e obrigado

Rodrigo Jardim

Unknown disse...

Referências bibliográficas!

"psicologia cognitiva passaram a fazer parte da área dos SAD"