Neste intervalo de 2 semanas de aulas, tive oportunidade de ler o livro de Stephen Covey sobre os 7 hábitos para pessoas altamente eficazes.
Covey apresenta-nos uma visão integrada para o desenvolvimento das capacidades de eficácia baseada em hábitos, que se propõem auxiliar no caminho entre a dependência (em relação aos outros), a independência e a interdependência, melhorando assim continuamente a nossa eficácia e a dos que nos rodeiam.
Neste sentido, os 3 primeiros hábitos ajudam-nos a ganhar vitórias no sentido da independência, através da consciência do Eu, a capacidade de controlar o que sou, através da imaginação, ou a habilidade para mentalmente criar novas realidades com mudanças de paradigma e vontade própria para tomar pulso nos nossos próprios actos (“Be Proactive”). Todos os dias, as mudanças de paradigma levam-nos a descobertas espantosas, pois passamos a ver o problema de outra perspectiva. Os Físicos por exemplo tentam, ainda hoje, fazer mais uma mudança de paradigma espantosa, tentando unir a Teoria de Relatividade de Albert Einstein com a Teoria da Física Quântica de Niels Bohr numa Teoria do Tudo, uma abstracção da realidade.
Os hábitos de Covey levam-nos ainda a definir os nossos princípios, as balizas da nossa vida, aqueles marcos que são inamovíveis e aos quais temos obrigatoriamente de obedecer. Através deles podemos definir a nossa missão e os nossos objectivos orientados pelos nossos princípios (“Begin with the End in Mind”).
O último hábito com vista à independência, “Put First Things First”, ajuda-nos a definir as prioridades das tarefas com que lidamos todos os dias e divide-as em quatro: As importantes e urgentes, as importantes e não urgentes, as urgentes mas não importantes e as não urgentes e não importantes. Segundo Covey, o máximo da eficácia está no segundo tipo de tarefas, as importantes e não urgentes, pois são as que representam a manutenção preventiva, o pensamento criativo e o planeamento e devemos tentar que as tarefas que desempenhamos tenham este perfil.
Com os 3 primeiros hábitos, atingimos segundo Covey a verdadeira independência e podemos então começar a estabelecer as fundações para a interdependência através do conhecimento do outro, da capacidade de cumprir compromissos, de saber clarificar expectativas e de saber mostrar integridade para com os outros.
Para isso devemos cumprir mais 3 objectivos. Primeiro, procurar o benefício mútuo nas relações profissionais e pessoais. Só desta forma as partes se sentem confiantes com as decisões tomadas e impelidas a cumprir os objectivos traçados (“Think Win/Win”). Segundo, aprender a realmente entender o que os outros têm para nos dizer e não apenas ouvir sem entender. Depois de entender o que os outros nos dizem, há que saber ser entendido. A maturidade encontra-se no balanço entre coragem e consideração, entender os outros requer consideração, procurar ser entendido requer coragem. O paradigma Win/Win necessita de ambos. A partir do momento em que conseguimos transmitir as nossas ideias de uma forma clara, aumentamos a sua credibilidade (“Seek First to Understand… Then to Be Understood”).
O último hábito do percurso com vista à interdependência ajuda-nos a encontrar sinergias para que o todo seja maior do que a soma das partes. Os que nos rodeiam têm capacidades, que juntas, criam novas realidades muito mais poderosas através da cooperação criativa. Este hábito (“Synergize”) vive das energias e das diferenças de cada um e a mistura dos vários paradigmas permite transcender os limites pessoais.
Assim se chega segundo Covey á interdependência, saber unir as nossas capacidades como seres independentes, às dos que nos rodeiam.
O último hábito (“Sharpen the Saw”) ajuda-nos a viver constantemente à luz dos hábitos aqui enumerados, melhorando constantemente as nossas capacidades e tentando fazer novas mudanças de paradigma que nos permitam ver, cada vez melhor, os problemas com que somos confrontados.
“We must not cease from exploration. And the end of all our exploring will be to arrive where we began and to know the place for the first time” – T.S. Elliot